Sumario:
Análise e resumo de um texto sobre a teoria explicativa de David Hume (computadores).
(Resumo - Origem das ideias)
11.Para David Hume todos admitirão prontamente que existe uma diferença considerável entre as percepções da mente quando um homem sente a dor de um calor excessivo ou o prazer de um ardor moderado, e quando ele depois traz à memória a sua sensação ou a antecipa mediante a sua imaginação.
0 máximo que delas afirmamos, mesmo quando actuam com o maior vigor, é que representam o seu objecto de uma maneira tão viva que poderíamos quase dizer que o sentimos ou vemos.
12. Podemos, pois, dividir aqui todas as percepções da mente em duas classes ou tipos, que se distinguem pelos seus diferentes graus de força e vivacidade. Pelo termo impressão significo todas as nossas percepções mais vivas, quando ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos ou queremos e as impressões distinguem-se das ideias, que são as impressões menos intensas, das quais somos conscientes quando reflectimos sobre qualquer das sensações ou movimentos acima mencionados.
13. Mas, embora o nosso pensamento pareça possuir esta liberdade irrestrita, veremos, num exame mais pormenorizado, que se encontra realmente confinado a limites muito estreitos e que todo este poder criador da mente nada mais vem a ser do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos são fornecidos pelos sentidos e pela experiência.
Em linguagem filosófica, todas as nossas ideias, ou percepções mais fracas, são cópias das nossas impressões ou percepções mais intensas.
14. Os argumentos suficientes para provar isto são primeiro, ao analisarmos os nossos pensamentos ou ideias, por muito compostas e sublimes que sejam, sempre descobrimos que elas se resolvem em ideias tão simples como se fossem copiadas de uma sensação ou sentimento precedente.
Aqueles que afirmarem que esta posição não é universalmente verdadeira nsem excepção têm um só e fácil método de a refutar, apresentando essa ideia que, na sua opinião, não é derivada desta fonte.
15. Segundo David Hume, se acontecer que um homem, em virtude de um defeito dos órgãos, não é susceptível de qualquer espécie de sensação, vemos sempre que ele é igualmente pouco susceptível das ideias correspondentes.0 mesmo acontece se o objecto, adequado para a excitação de alguma sensação, nunca se tiver aplicado aos órgãos.
E embora haja poucos ou nenhuns exemplos de uma semelhante deficiência na mente, em que uma pessoa nunca reconheceu ou é totalmente incapaz de um sentimento ou paixão que pertence à sua espécie, no entanto, descobrimos que a mesma observação ocorre num grau menor.
16. Existe, contudo, um fenómeno contraditório que pode provar que não é absolutamente impossível surgirem ideias independentes das suas impressões correspondentes. David Hume achava que sem grande esforço se admitirá que as várias e distintas ideias de cor, que entram pelos olhos, ou as de som, que são transportadas pelos ouvidos, são realmente diferentes umas das outras, embora, ao mesmo tempo, se assemelhem.
David Hume perguntava se era possível, pela sua própria imaginação, suprir tal deficiência e ascender por si mesma à ideia desse matiz particular, embora nunca lhe tenha sido transmitida pelos sentido.
17. Todas as ideias, em especial as abstractas, são naturalmente vagas e obscuras a mente tem delas apenas um escasso domínio e são propensas a confundir-se com outras ideias semelhantes: e quando utilizámos muitas vezes algum termo, embora sem um significado distinto, temos a inclinação para imaginar que possui uma ideia determinada a ele anexa. Pelo contrário, todas as impressões, isto é, todas as sensações, quer externas ou internas, são fortes e vivas; os limites entre elas estão mais exactamente determinados, e nem é fácil cair em erro ou engano em relação a elas.