Filosofia-David Hume:
o empirismo é uma concepção que influencia certos pensadores dos séculos XVII e XVIII incutindo um sentido experimentalista. Hume introduz uma distinção entre impressões e ideias, considerando as primeiras evidências fortes e vivas que provêm do conhecimento de uma realidade exterior.
Consequentemente as ideias são representações enfraquecidas e menos vivas das impressões do pensamento.
Deste modo conclui que as ideias resultam do trabalho do espírito humano sobre as impressões.
O ser humano tem a ideia de Deus pois tem a impressão dessa ideia, conseguida através duma relação de ideias.
O princípio da causalidade passa a ser entendido como a relação que o ser humano faz entre factos semelhantes ou sucessivos.
Principais críticas do empirismo ao racionalismo
O problema que D. Hume levantou e permanece até à actualidade como um problema real, é o da indução.
Equaciona-se nos seguintes termos:
Levantou, em primeiro lugar, o problema da (i)legitimidade lógica da indução, ou seja, o problema da justificação lógica da passagem de enunciados particulares para enunciados gerais, o mesmo é dizer, o problema da ilegitimidade das leis científicas.
Levantou ainda o problema da validade dos juízos acerca do futuro e de casos desconhecidos, o mesmo é dizer, o problema da legitimidade das previsões científicas. As previsões pertencem aquilo que ainda não foi observado e não podem ser inferidas logicamente daquilo que já foi observado, porque o que acontecei não impõe restrições lógicas aquilo que acontecerá.
Levantou em terceiro lugar o problema da causalidade, ou seja, o problema da legitimidade da conexão causal entre acontecimentos. A ilusão da causalidade provém, segundo Hume, da confusão entre conjunção ou sequência de acontecimentos com a sua conexão causal. Na verdade p e q não é o mesmo que “p implica q”.
NB. O princípio da indução não se pode justificar apelando simplesmente à lógica. Assim sendo poderíamos supor que o indutivista derivaria a indução directamente da experiência, mas uma tal justificação é inaceitável porquanto incorre num circulo vicioso, uma vez que emprega o mesmo tipo de argumentação indutiva, cuja validade se supõe que necessita de justificação. Exemplo:
O princípio da indução funcionou com êxito na ocasião X1
O princípio da indução funcionou com êxito na ocasião x2
O princípio da indução funciona sempre
Infere-se desta forma uma conclusão universal que afirma a validade do princípio da indução a partir de uma certa quantidade de enunciados singulares que registam aplicações com êxito do princípio do passado. Portanto a argumentação é indutiva, e não se pode, pois, utilizar para justificar o princípio de indução. Não podemos utilizar a indução para justificar a indução. Esta dificuldade foi designada como “problema da indução”.